sábado, 27 de junho de 2015
DAS PAUSAS DA POESIA
A poesia é o silêncio. A pausa. Por isso o Atonal do título. Como bem explicou o novo amigo músico Gabriel Totti sobre as pausas da música Atonal que não tem nada de minimalista como eu supunha. E que foi compreendida perfeitamente pelo velho amigo Jesse Navarro ao tocar um piano envolto em cortes e silêncios no poema O Homem De Papel, quando da gravação da Entrevista no Estúdio Blen Blen 20.06.2015.
A poesia é, antes de tudo, pausa; marcação de pausas, cortes e silêncios.
Claro, há também o grito, a revolta, a acidez, o inconformismo, mas isso, entre uma pausa e outra.
Quanto à Aprendizagem Cinza, é São Paulo pura e simplesmente.
São Paulo, 28 de Junho de 2015
ES TI LHA ÇOS
Na arquitetura das noites
dissolvidas
o grito mocho anestesiado
incorporado ao silêncio
frag
men
tos
de um
espelho
es
ti
lha
ça
do
sexta-feira, 26 de junho de 2015
ZONA DA PALAVRA III
Pela 3ª vez em Zonadaplavra do poeta e professor Leo Barbosa:
https://zonadapalavra.wordpress.com/2015/06/24/poemas-de-leandro-rodrigues-iii/
1. PODA
2. VÉRTICE
3. POEMA OBSCURO
4. A TARDE
5. A MORTE POR UM FIO
6. VOO LIVRE
7. POÉTICA
MUSA RARA LITERATURA & ADJACÊNCIAS
Alguns poemas selecionados e publicados no ótimo MUSA RARA LITERATURA & ADJACÊNCIAS do poeta e crítico Edson Cruz:
http://www.musarara.com.br/atonal
1. A GOLPES DE MARTELO
2. AO MEIO
3. A POETA
4. ASAS VALAS PALAVRAS
5. SONETO À CIDADE DE SÃO PAULO
6. O HOMEM DE PAPEL
7. HAICAI A VIOLETA PARRA
8. PAISAGEM DESFIGURADA
Além de um link apara os poemas recitados no youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=x8fL0s95e6w&feature=youtu.be
quarta-feira, 24 de junho de 2015
HAICAIS PAULISTANOS
I
um rato no balaústre
bucólica
manhã paulistana.
II
à beira do lixo
um urubu
chega antes de todos.
III
na fuligem noturna
a lua se esconde
[ encabulada
de seu reflexo no esgoto.
IV
agonizar
tentar respirar
o ar que já não existe.
SÃO PAULO IX
Na cinzentude opaca
de fuligem e concreto armado
estilhaços - espaços entre as grades
fragmentos e frestas
o grito
que vem das galerias
de esgoto e escorre
entre o rio que não
é rio
e a revolta represada
na merda.
]
Três tiros bastaram
para sangrar essa lua
para estancar esse medo
para escorrer o óleo diesel
do olhar lacrimejante
da moça bem vestida da Consolação.
]
Três golpes frios - lâmina branca
para jorrar ladeira abaixo
todo esse lixo de plástico descartável
- biodegradável
Todo esse caráter artificial
mais valia $ $ $ $
com gosto de opressão
(os subúrbio pulsam)
]
Na cidade mais podre/
em putrefata simetria
(de chumbo)
[
Três tiros bastaram
para apagar de vez esse lirismo doente,
doentio,
semi-morto.
terça-feira, 23 de junho de 2015
segunda-feira, 15 de junho de 2015
nascente
apenas um olho d'água
fiapo que escorre
para se encorpar
nascente
que há de ser rio
de margens longas/ beiradas
e seus afluentes
como a palavra
que se risca
em rasuras infindas,
cortes/ traços
e que vai se encorpando verso
- águas de transição -
até se tornar poema.
quarta-feira, 10 de junho de 2015
IDAS & VINDAS
A estrada desaparece
dos olhos
E eu canto
E a morte vem na poeira
do dia
Da terra que vai
Da terra que vem
Um punhado de terra
apenas bastaria
para plantar
para comer
para enterrar
quem morre
Mas a terra
tem pouco dono
- muita lei
E o canto desaparece
na poeira
E a morte que vai
É a morte que vem.
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