sábado, 31 de outubro de 2015
DE VIME & METAL
Reacendo as noites invisíveis
e os passos
na escada - entre as luas
de vime & metal
Com gosto de escombros
remonto o quebra-cabeça
de nossa concreta ilusão
que escorre entre imperfeitas
avenidas
setas, sinais
de nossas veias congestionadas.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
terça-feira, 27 de outubro de 2015
BUCÓLICAS
ao abrir a janela
uma manhã de chumbo
beijou-lhe a face
o gosto de fuligem
permance intacto
nos lábios cinzas.
SÃO PAULO IV
São Paulo escurece. E tudo
ainda inventa-se claro, nítido.
Letreiros atônitos piscam incessantes/
pulsam
Como automóveis anônimos que avermelham
longas avenidas em suas distâncias
oblíquas, marginais,
setas para o sem-fim.
Olhares são vitrines pedintes.
Corpos estendem-se esculpidos na modernidade
de Brecheret
frações cifradas de uma mais-valia
plástica/ artífices impressos
Corrosiva ilusão
...............................................................................
São Paulo amanhece. E tudo
ainda inventa-se escuro, sombriamente
apagado.
sábado, 24 de outubro de 2015
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
1937
Sob uma incerta crueza, dorme-se ao relento,
escondem-se os espelhos cortados sob o
travesseiro de penas de galinha. Adornam-se
os ódios ressurgidos na ponta da língua, entre
grades de um ferro carcomido, enferrujado.
Presta-se continência às trágicas sombras
infiltradas que transpassam o vidro escuro-
estilhaçado-embaçado na ampla fuligem
imemorial que nos amortece.
Uma linda garota de olhos azuis bebe todo
o veneno para ratos.
Por um punhado de sobras, restos de janta
atirados no lixo, delata-se ao novo órgão
repressor.
Na chuva, os homens se mostram em suas
certezas, contraditórias asperezas vãs.
Demarcadas pegadas nas poças de lama.
sábado, 10 de outubro de 2015
1910
5 tiros de chumbo disparados
para a Lua
O gosto metálico cinza de fuligem
e pontiagudas arestas invertidas
Escombros/ restos de uma manhã
covarde
Os gritos expostos na paisagem aprisionada
- enquadrada janela em estilhaços
Um terço caído no chão
trêmulas mãos monitoradas
Mulheres com seus longos vestidos negros
habitam praças, leitos de rio, pátios desgrenhados
e dão sua canção de ninar
ao vento.
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
1918
roupas estendidas no varal
lavadas de orvalho
respingam sangue e sangue
amarrotadas
de mortes e mortes
que se secam no curtume.
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