sexta-feira, 2 de março de 2018
POEMA DE CINZA CHUMBO
I
O pai ousou gritar nos dias cinzas de chumbo
A mãe rodava panfletos num velho mimeógrafo estéril
Nada entendíamos
Cantávamos tristes canções entre os ciprestes e as sombras.
II
Os mortos insepultos são partes da paisagem
Estão ali nas escadas
Emparedados naquele mar
Seus gritos tangem o fosso - precipícios
enferrujados elevadores do centro,
desvalidas memórias amputadas.
III
Na vala comum desses dias - ossos de um país moribundo
Rescaldos de versos enlameados
No chão que é de poucos
No mausoléu de granito o ditador com honras apodrece
Comunga avenidas e praças de desatada sangria
IV
O pai tecia longos poemas sobre a revolução
A mãe espreitava as frestas do fim do mundo
Nada entendíamos
Dormíamos entre as lápides quebradas da tarde.
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
DUSIE Nº 21
A revista norte-americana de poesia DUSIE fez uma antologia
com poetas brasileiros em seu nº 21.
Compareço com os poemas Miséria (Misery) e A Teia
(The Web)
https://www.dusie.org/
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
sábado, 3 de fevereiro de 2018
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